Presa na Itália, Zambelli participa por videoconferência de audiência que analisa perda do seu mandato

Presa na Itália, Zambelli participa por videoconferência de audiência que analisa perda do seu mandato

Politica

Presa na Itália, deputada Carla Zambelli participa de audiência na CCJ da Câmara
Kevin Lima/g1
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou nesta quarta-feira (10), por videoconferência, de uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para analisar o processo sobre a perda do seu mandato.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por comandar uma invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Não cabe mais recurso da condenação.
Como foi condenada, a Câmara dos Deputados precisa dar aval à perda do seu mandato. Como a deputada fugiu do Brasil e está presa na Itália, o relator e a defesa consideram um caso inédito na Câmara.
Segundo a defesa, a justiça italiana autorizou a participação remota da deputada na oitiva de duas testemunhas – do hacker Walter Delgatti e de Michel Spiero, assistente técnico da defesa na ação penal.
Carla Zambelli está presa na prisão italiana de Rebibbia desde 29 de julho.
Segundo a defesa da parlamentar, uma das estratégias vai ser “mostrar que Delgatti mentiu”.
Pelas regras da Câmara, quando um parlamentar é condenado criminalmente com trânsito em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso, a análise sobre a perda do mandato começa pela CCJ.
O resultado da comissão será então levado ao plenário da Câmara. Para que o mandato de Zambelli seja cassado, será necessário o apoio de ao menos 257 deputados, o equivalente à maioria absoluta da Casa.
Condenada pelo STF
STF condena Carla Zambelli e Walter Delgatti por invasão aos sistemas do CNJ
A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão por participar de uma invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, em janeiro de 2023.
A deputada saiu do Brasil no final de maio, dias após ser condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF. O processo transitou em julgado (não cabem mais recursos). Zambelli deixou o Brasil por terra, rumo à Argentina, e de lá embarcou para os Estados Unidos e, por fim, se refugiou na Itália.
Zambelli foi presa no final de julho pelas autoridades italianas, que a localizaram em um apartamento em Roma. Ela estava na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
A polícia fez um cerco ao prédio para evitar que ela deixasse o local. A defesa de Zambelli disse que ela se entregou espontaneamente, o que é contrariado pelos registros da movimentação policial. Ela, contudo, não ofereceu resistência à prisão.
A parlamentar está licenciada do cargo por 127 dias. A solicitação foi feita antes da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes pela prisão preventiva de Zambelli. Portanto, conforme a Casa, o prazo começou a contar naquela data e vai até 2 de outubro deste ano.

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