Cultura da vida: a defesa da vida é a defesa direitos humanos

Cultura da vida: a defesa da vida é a defesa direitos humanos

Religião

Cultura da Vida é um espaço de aprofundamento de temas relacionados à dignidade da vida humana e à missão da família como guardiã da vida com Marlon Derosa e sua esposa Ana Carolina Derosa, professores de pós-graduação em Bioética e fundadores do Instituto e Editora Pius com sede em Joinville, Santa Catarina. Marlon e Ana são casados há 8 anos, têm 3 filhos, são atuantes na Pastoral Familiar. Neste sexto encontro, a defesa da vida é a defesa dos direitos humanos.

Vatican News

Olá, amigos! Somos Marlon e a Ana Derosa e este é o Espaço Cultura da vida.

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Hoje, queremos conversar sobre um ponto que precisa ser muito bem compreendido: defender a vida é defender os direitos humanos. Quando falamos sobre aborto, muitas pessoas imaginam que, ao defender o bebê no ventre materno, estamos sendo insensíveis à dor da mulher, que muitas vezes está passando por situações muito difíceis, de grande fragilidade e sofrimento. Mas, não é verdade que se está negligenciando a mulher ao querer proteger a vida que ela carrega no ventre. Na verdade, é justamente por valorizar a dignidade de todos os envolvidos – mãe e filho – que essa defesa precisa ser integral e coerente.

Pense bem: para que o aborto aconteça, é necessário interromper a vida do ser humano que está no ventre. E isso não elimina a dor ou o trauma que a mulher já está enfrentando. Ao contrário, muitos relatos mostram que o procedimento tende a ser profundamente traumático, justamente porque envolve retirar de dentro do seu corpo… o filho sem vida. Ou seja, o aborto não é uma solução terapêutica. Não cura, não resolve. Em muitos casos, agrava o sofrimento. O Papa Francisco tratou disso com muita clareza na exortação Evangelii gaudium, número 213. Ele diz assim: “A defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano.” E ele continua: “Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento.” Em outras palavras, a vida de cada ser humano tem valor por si mesma.

O Papa reforça: “O ser humano é sempre fim em si mesmo, nunca um meio para resolver outras dificuldades. Se essa convicção cair, não restarão fundamentos sólidos para a defesa dos direitos humanos, que ficarão sujeitos às conveniências dos poderosos de plantão.” Hoje, no entanto, assistimos a uma grande confusão sendo promovida em nível mundial. Muitos têm afirmado que o acesso ao aborto seria parte dos “direitos humanos” da mulher. Mas, essa é uma inversão perigosa, e que já havia sido alertada pelo Cardeal Elio Sgreccia, grande referência na bioética.

De fato, não pode haver verdadeiro direito humano que negue o direito à vida de outro ser humano. Diante desse chamado, precisamos nos perguntar: como podemos agir? Como podemos ajudar essas mulheres de forma concreta e eficaz? Existem caminhos práticos que fazem a diferença: criar redes de apoio e acolhimento para gestantes em crise, organizar campanhas de enxovais e doações, oferecer atendimentos psicológicos, médicos e pré-natal, subsidiar formação profissional e caminhos de autonomia. Tudo isso com caridade, com proximidade, com misericórdia.

Uma gestação em crise é como um incêndio: precisa de bombeiros, pessoas que ajam rápido e com ética, com soluções que salvem vidas, e não que apaguem uma delas. Mas, além dos bombeiros, também precisamos dos engenheiros! Gente que trabalha na prevenção, que constrói estruturas para evitar que esse incêndio comece. Como fazemos isso? Com formação. Com educação. Fortalecendo as famílias, ensinando o valor da vida, recuperando o sentido da sexualidade, do matrimônio, do amor responsável. Precisamos ensinar que a sexualidade é um dom, e que seu lugar próprio é dentro do matrimônio, onde uma nova vida pode ser acolhida com dignidade e amor. Falar de cultura da vida é também falar de família. É resgatar valores esquecidos, sufocados por uma cultura de descarte que transforma tudo – até a vida humana – em algo descartável. Mas nós sabemos: a vida é sagrada. E nós estamos aqui para anunciá-la, defendê-la e acolhê-la.

Um grande abraço a todos, e até a próxima!

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