Marco Rubio diz que EUA dará resposta à condenação de Bolsonaro

Marco Rubio diz que EUA dará resposta à condenação de Bolsonaro

Brasil

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O secretário de Estado, Marco Rubio, equivalente ao ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos, afirmou que deve haver anúncios de respostas do país à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada pelo chefe da diplomacia americana em entrevista à Fox News.

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Rubio foi questionado a respeito da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão pela acusação de ter tramado um golpe de Estado e disse ver uma deterioração do Estado de Direito no Brasil.

“A resposta é que o Estado de Direito está se deteriorando. Você tem esses juízes ativistas, um em particular, que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos, ou contra alguém postando online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido”, disse.

Embora não tenha citado seu nome, o secretário fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.

“Então, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar. Mas isso, o julgamento, é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, afirmou.

Estão no radar dos americanos uma nova leva de cassação de vistos, a inclusão da mulher de Moraes, Viviane Barci, no rol de pessoas sancionadas financeiramente pela Lei Magnistky, que pune violadores de direitos humanos.
Os EUA ainda consideram ampliar as tarifas aplicadas a produtos brasileiros ou reverter algumas das cerca de 700 exceções a bens que foram dadas na sobretaxa de 50%.

Após a declaração de Rubio, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, compartilhou nas redes sociais um artigo de opinião do jornal Wall Street Journal alegando que Bolsonaro teria sido vítima de “lawfare” no Brasil, termo usado para se referir a perseguições políticas pela Justiça.

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil também publicou mensagens sobre um decreto assinado por Trump neste mês que abre margem para países serem considerados patrocinadores de prisões injustas. A ordem executiva se refere a países que tenham detido cidadãos americanos com o que os EUA consideram medidas indevidas.

O decreto abre uma brecha, porém, para punir países nos quais os EUA têm interesse nacional por detenções injustas de cidadãos locais. Não está claro se os Estados Unidos incluirão o Brasil nesse decreto, mas, caso aconteça, isso daria um arcabouço legal para aplicação de mais sanções.

Na semana passada, Rubio já havia se manifestado sobre a conclusão do julgamento no STF, o que chamou de novo de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

“As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o secretário de Estado dos EUA, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, no X (ex-Twitter) .

“Os Estados Unidos responderão adequadamente a esta caça às bruxas”, acrescentou Rubio.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também afirmou na quinta-feira (11), dia final do julgamento, ter ficado surpreso e muito descontente com a condenação de Bolsonaro.

“Eu assisti ao julgamento. Eu o conheço bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil. Ele era um homem bom, e não vejo isso acontecendo.”, disse.

Trump ainda classificou o julgamento como algo “terrível” e “ruim” para o Brasil.

“Estou muito descontente com isso. Eu conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país. E sempre o considerei muito direto, muito excepcional, na verdade, como homem, um homem muito excepcional. Acho que é algo terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil”, afirmou. Trump.

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