Análise: Lula vê recuperação da popularidade interrompida, e julgamento trouxe mais problemas que soluções para Bolsonaro, diz diretor da Quaest

Análise: Lula vê recuperação da popularidade interrompida, e julgamento trouxe mais problemas que soluções para Bolsonaro, diz diretor da Quaest

Politica

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, afirma que a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (17) mostra que a recuperação da popularidade de Lula (PT), iniciada em julho com o tarifaço de Donald Trump sobre o Brasil, foi interrompida.
Segundo o levantamento, o percentual dos que desaprovam o presidente ficou em 51% e os que aprovam, em 46%, mesmos percentuais do levantamento de agosto.
“Parece que o efeito do tarifaço bateu no teto. A popularidade do governo ficou estável mesmo com 49% acreditando que Lula tem se saído melhor que [o ex-presidente Jair] Bolsonaroe seus aliados diante do embate com os norte-americanos”, afirmou Nunes.
Nunes destaca que, como em toda pesquisa que mostra estabilidade, o governo tem motivos para comemorar e para se preocupar.
A maioria dos programas sociais citados na pesquisa – como Bolsa Família e o recém-lançado Gás do Povo – têm aprovação alta, mas a fatia dos que acham que programas sociais são direitos, independentemente do governo, chegou a 65%. Em março, eram 51%
“Os programas parecem ter perdido efeito político, uma vez que mais brasileiros acreditam que eles passaram a ser direitos e não benesses que exigem gratidão política”, diz Nunes.
Na economia, pela primeira vez desde outubro de 2024 houve a percepção de que está mais fácil para encontrar emprego hoje do que há um ano (o percentual foi de 34% para 41%).
“Mas a economia continua pesando contra. Não é coincidência que a recuperação do governo foi interrompida justamente quando a percepção sobre a inflação de alimentos parou de melhorar: 61% continuam vendo preços de alimentos mais caros nos mercados”, diz Nunes.
O diretor da Quaest aponta, ainda, que Lula não conseguiu mudar a percepção de que o país segue na direção errada (58%, ante 57% em agosto. Em dezembro, esse percentual era de 43%), e de que ele perdeu a conexão com o povo (61% pensam assim).
“Conhecido como o pai dos pobres, deixar de ter esse atributo pode ser fatal para o incumbente.”
Bolsonaro
O diretor da Quaest afirma que o levantamento mostra que se “consolidou a percepção” de que houve uma tentativa de golpe de Estado: 55% acham que sim e 38% acham que não. Em dezembro, esses percentuais eram e 50% e 38%, respectivamente.
E a fatia dos brasileiros que acha que Bolsonaro participou ativamente de uma tentativa de golpe chegou a 54%, uma oscilação (dentro da margem de erro) de dois pontos para cima em relação à última pesquisa. A dos que acham que ele não participou oscilou dois pontos para baixo, para 34%.
Já avaliação de que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) foi imparcial cresceu (saiu de 36% para 42%), enquanto diminuiu a tese de perseguição contra Bolsonaro (de 52% para 47%).
A defesa do impeachment de Alexandre de Moraes, pauta defendida pelos bolsonaristas, diminuiu, e passou a ser minoritária (36% a favor e 52% contra, ante 46% a 43% no levantamento anterior).
“Ao fim e ao cabo, a pesquisa cobra preço dos dois lados: Lula vê sua recuperação interrompida e Bolsonaro enfrenta maior rejeição sobre o seu caso na opinião pública. No fim, o único a sair fortalecido é o ministro Alexandre de Moraes”, diz Moraes.

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