Além da sede, centro contará com rede laboratórios integrados, distribuídos em diferentes unidades acadêmicas da UFG e coordenados pelos pesquisadores responsáveis pelo projeto (Foto: Emater-GO)
Goiás será o primeiro estado do Brasil a sediar um Centro de Excelência em Saúde Única (Cesu), uma iniciativa pioneira que promete revolucionar a abordagem da saúde no país. A iniciativa, idealizada pelo Governo de Goiás, em parceria com a Emater Goiás, Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) posicionará o estado como referência nacional e internacional.
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Com investimento de R$ 5 milhões da Fapeg, o Cesu vai unir pesquisadores qualificados para promover a interconexão entre saúde humana, animal e ambiental, com foco no uso racional de pesticidas e no desenvolvimento de tecnologias alternativas para o controle de pragas. Em uma rede integrada e colaborativa, os profissionais atuarão em pesquisa, inovação, ensino e extensão, possibilitando avanços científicos e tecnológicos em consonância com as metas da Agenda 2030 da ONU.
“Nosso objetivo é desenvolver tecnologias e colocá-las à disposição dos produtores rurais goianos. As pesquisas que serão desenvolvidas aqui vão otimizar a produção de alimentos, reduzindo os custos e aumentando a produtividade. Assim, vamos integrar ensino, pesquisa e extensão voltadas para melhorar a vida de quem vive no campo”, explica o presidente da Emater Goiás, Rafael Gouveia.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Virgínia Damin, a expectativa é que, em cinco anos, o centro se consolide como referência em políticas públicas, educação, tecnologia, ensino e extensão voltadas à sustentabilidade no manejo de pragas de importância agrícola, veterinária e de saúde pública.
“As ações do Cesu vão gerar impactos diretos na saúde pública, na segurança alimentar e na conservação ambiental, contribuindo para um futuro mais sustentável e equilibrado, aliando desenvolvimento econômico, qualidade dos alimentos, saúde animal e cuidado com o meio ambiente”, destaca.
Com início das atividades previsto para os próximos meses, o Cesu terá como sede principal o complexo de laboratórios da Emater Goiás, que será denominado Cesu-Agro. Além da sede, o centro contará com uma rede laboratórios integrados, distribuídos em diferentes unidades acadêmicas da UFG e coordenados pelos pesquisadores responsáveis pelo projeto.

Atuação
Com uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores agropecuários, farmacêuticos, especialistas em saúde do trabalhador e meio ambiente, o Cesu-Agro representa um passo decisivo rumo a uma agricultura consciente, tecnológica e comprometida com o bem-estar coletivo.
A iniciativa reflete inovação, equilíbrio e conexão entre ciência e campo, simbolizando uma agropecuária mais sustentável, regenerativa e saudável para todos.
Rafael Gouveia reforça que a pesquisa é essencial para o desenvolvimento da agricultura familiar.
“A agropecuária é a base econômica do estado e o nosso desejo é que avance cada vez mais para entregar aos produtores novas tecnologias, sistemas produtivos e cultivares para que Goiás continue avançando e seja referência no setor”.
O Cesu será coordenado pela professora Virgínia Damin, cientista do solo, e terá como vice-coordenador o professor Caio Monteiro, biólogo especializado em controle de artrópodes de importância médico-veterinária, ambos da UFG.
O centro contará ainda com oito pesquisadores do núcleo principal e outros 25 pesquisadores colaboradores vinculados à UFG, Universidade Estadual de Goiás, Embrapa Arroz e Feijão, IFGoiano e Emater Goiás, além da colaboração de outros órgãos estaduais como Secretaria Estadual da Saúde, Agência Goiana de Defesa Agropecuária, Vigilância Ambiental, e parcerias com órgãos federais como Fiocruz e associações.
A rede contará ainda com especialistas de diversas áreas, como agronomia, biologia, biomedicina, biotecnologia, farmácia, química, veterinária e zootecnia.
O Cesu terá também pesquisadores dedicados à avaliação dos impactos dos pesticidas
- à saúde humana, como o aumento de danos genéticos em trabalhadores rurais que não usam EPIs;
- à saúde animal, que avalia os impactos em animais de grande e pequeno porte, incluindo abelhas, minhocas e outros;
- e aos ecossistemas como um todo, para investigar o impacto em microrganismos, avaliação dos níveis de pesticidas em diversas matrizes, como solo e água.
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