Localizada no estado de Goiás, a cidade de Cristalina se destaca no cenário internacional por abrigar a maior reserva de cristais de rocha do mundo. O município atrai visitantes de diversas partes do Brasil e do exterior interessados em conhecer de perto suas riquezas minerais e explorar as jazidas legalizadas.
Conhecida como a “capital mundial dos cristais”, Cristalina possui uma diversidade de pedras preciosas, como safiras, topázios azuis, ametistas e turmalinas. A prefeitura afirma que o município concentra a maior quantidade de cristais do planeta, o que impulsiona o turismo e a economia local.
Atualmente, quatro minas têm autorização do governo para receber visitantes. Os passeios são realizados mediante agendamento prévio e limitados a grupos de até dez pessoas. Durante a visita, é possível garimpar diretamente nas rochas e levar para casa os cristais encontrados.
Com localização estratégica, Cristalina está a cerca de 280 quilômetros de Goiânia e a apenas 130 quilômetros de Brasília. A facilidade de acesso contribui para o aumento no fluxo turístico e para a valorização comercial das pedras, que podem ser encontradas em diversos pontos da cidade.
Além da quantidade e qualidade dos cristais, Cristalina chama a atenção por suas peças únicas, como os “cristais lemurianos”, cujas linhas em forma de códigos de barras despertam o interesse de colecionadores e pesquisadores de várias partes do mundo.

Dos bandeirantes ao turismo de pedras preciosas
Fundada sobre uma das maiores jazidas de cristais do país, Cristalina tem suas origens ligadas à expansão bandeirante no século XVIII, quando expedições oriundas de São Paulo encontraram imensa quantidade de cristais de rocha na região — que então foi batizada de Serra dos Cristais. Como o interesse da época estava centrado na busca por ouro, os cristais foram ignorados e a área permaneceu esquecida por décadas.
A exploração efetiva do mineral só começou em 1879, quando os franceses Etienne Lepesqueur e Léon Laboissière enviaram amostras dos cristais para Paris, onde foram vendidas por alto valor. No ano seguinte, fixaram residência na região e iniciaram o garimpo, atraindo centenas de trabalhadores. Os cristais eram exportados para centros de lapidação na Europa, como Idar-Oberstein (Alemanha) e Verona (Itália).

Com a partida dos franceses em 1882, o garimpo entrou em decadência, até a chegada de outro francês, Emile Levy, que reativou o comércio local. A abundância do mineral, porém, levou à sua desvalorização e à chegada de criminosos, o que motivou líderes locais a pedirem o reconhecimento oficial da comunidade.
Em 1901, o então Arraial de São Sebastião da Serra dos Cristais tornou-se distrito de Santa Luzia de Goiás (atual Luziânia). Em 1917, foi elevado à categoria de município com o nome de São Sebastião dos Cristais, alterado no ano seguinte para Cristalina.
A cidade ganhou novo impulso com a construção de Brasília, graças à sua localização estratégica. Nos anos 1970, a chegada de agricultores do Sul do país transformou Cristalina em polo da agricultura comercial, como a soja, diversificando a economia local, antes dependente do garimpo.
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