O ex-coach Pablo Marçal levou 220 pessoas para um “exôdo” em uma zona de guerra. Réu por colocar a vida de 32 pessoas em risco durante uma escalada no Pico dos Marins, em Piquete, no interior de São Paulo, Marçal confirmou que está em Israel, que faz uma ofensiva em Gaza e estava em guerra contra o Irã.
A mentoria espiritual foi vendida nas redes sociais. Marçal vendia lotes do curso por R$ 77 mil — valor dividido em 12 parcelas. A viagem começou no último dia 18, já passou por Egito e Jordânia, até chegar em Israel.
“Entramos em Israel com autorização do governo local. Não estamos violando nenhuma regra”, disse Marçal, em nota. “Fizemos o nosso próprio ‘Exôdo’: atravessamos o Mar Vermelho, passamos pela Jordânia e agora estamos em Israel. Não estamos aqui por turismo, mas por propósito”, acrescentou.
A nota afirma, também, que o grupo “não tem data para voltar”, embora o pacote da mentoria tenha sido vendido com data de volta.
A juíza Rafaela D. Assunção Cardoso Glioche, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), aceitou, no dia 20 de maio, denúncia do Ministério Público paulista (MPSP) contra o ex-coach por ele ter colocado em risco a vida de 32 pessoas. Os participantes da expedição, que ocorreu em janeiro de 2022,tiveram de ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros após um temporal com vento de 100 km/h atingir o Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira.
A magistrada citou o inquérito policial aberto para apurar a expedição como tentativa de homicídio privilegiado. O Ministério Público chegou a propor um acordo ao ex-coach para arquivar o processo criminal. A defesa disse que negou o acordo e que “não há qualquer materialidade ou prova que aponte Pablo Marçal como organizador ou responsável pelo evento”.
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