ADE: facção goiana comprou fazendas no Tocantins e movimentou milhões por meio de banco criado pelo PCC

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Alvo de megaoperação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 29, integrantes da facção goiana Amigos do Estado (ADE) adquiriram fazendas no Tocantins para facilitar a logística no comércio de drogas. Os locais eram usados pelos faccionados como pistas de pouso clandestinas, além de base para caminhões, carretas, veículos de luxo e embarcações.

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Além da estrutura financeira e de apoio logístico da ADE, a operação também mira integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista aliada à organização goiana. Juntos, os criminosos movimentaram mais de R$ 70 milhões em oito meses, conforme investigação da PF iniciada em 2024. 

Uma das instituições financeiras que receberam parte do montante é o banco digital 4TBANK, criado pelo próprio PCC (entenda abaixo). Parte do esquema incluía a utilização de empresas verdadeiras e de fachada, entre elas, construtoras, para ocultar a origem ilícita dos recursos provenientes do tráfico de entorpecentes. 

Buscando inibir o esquema, a PF cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão em 16 municípios do Tocantins, Goiás, São Paulo, Bahia, Maranhão e Pará. No Estado goiano, foram realizados nove mandados de busca em Goiânia, Goianira e Aparecida de Goiânia. A ação contou com o apoio da policia militar e civil do Tocantins e de Goiás.

As diligências começaram após uma abordagem da Polícia Militar do Tocantins (PM-TO) no posto fiscal de Novo Jardim, na divisa do Estado com a Bahia, em abril de 2024. Dois integrantes da ADE foram flagrados transportando mil litros de combustível de aviação, destinados a uma fazenda em Almas (TO), onde uma aeronave descarregaria drogas. Um deles, com mandado de prisão em aberto e histórico criminal, foi preso.

A dupla é suspeita de usar fazendas no Tocantins com pistas clandestinas para movimentar cargas de até 500 kg de cocaína, avaliadas em mais de R$ 15 milhões cada.

Banco do PCC

A operação também mirou o banco digital 4TBANK, que recebeu repasses milionários de empresas ligadas à ADE. O mesmo banco já havia sido citado em investigação da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP), em agosto de 2024, por suspeita de operar como instituição financeira paralela para fins de lavagem de dinheiro do PCC.

Na época, a PC-SP detalhou um esquema criminoso que movimentou R$ 8 bilhões por meio de um “banco do crime” e outras 19 empresas. Segundo as autoridades, os valores eram movimentados por membros do PCC para financiar campanhas de candidatos em diferentes cidades do Estado de São Paulo. 

A instituição financeira é semelhante a uma fintech, com sede em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. De acordo com a polícia, a empresa foi criada por membros do PCC para lavar dinheiro e financiar candidaturas nas eleições. Antes da investigação vir à tona, o 4TBank oferecia serviços como pagamentos de contas, transferência online, TED e DOC (modalidade extinta desde fevereiro deste ano), recarga de celular, e compra e venda de cripto ativos. 

O banco também contava com CNPJ ativo há cinco anos. Além da sede em Mogi das Cruzes, o banco funcionava com outros dois CNPJs diferentes: um deles operava em um escritório compartilhado na zona sul de São Paulo e outro em um prédio comercial em Palmas, no Tocantins. 

Nos últimos cinco anos, a movimentação do banco somente no CNPJ de Mogi das Cruzes foi de R$ 600 milhões — quase R$ 100 milhões foram movimentados em saques e dinheiro em espécie. Atividade da empresa era ilegal, vist que não tinha autorização do Banco Central para operar. 

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Fonte: Jornal Opção

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