Aluno da UEG recebe prêmio por estudo sobre superbactérias em rios do Cerrado

Aluno da UEG recebe prêmio por estudo sobre superbactérias em rios do Cerrado

Estado

Trabalho revelou, de forma inédita, a presença da bactéria multirresistente MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) no Rio Meia Ponte (Foto: UEG)

A qualidade da água em rios do Cerrado goiano e a presença de superbactérias foram tema da tese de doutorado de Igor Romeiro dos Santos, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), eleita a melhor do país na área de Ciências Ambientais pelo Prêmio Capes de Tese 2025.

---- Continua após a publicidade ----

O trabalho revelou, de forma inédita, a presença da bactéria multirresistente MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) no rio Meia Ponte, manancial que abastece cerca de metade da população da Região Metropolitana de Goiânia.

A pesquisa intitulada “Poluentes emergentes em águas do Cerrado goiano: indicadores ecotoxicológicos, presença de antimicrobianos e multirresistência bacteriana” recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), por meio do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS). O projeto PPSUS foi coordenado pela professora Elisa Flávia Bailão, dos cursos de Farmácia e Biomedicina da UEG, e financiado em 2020 com recursos de R$ 140 mil.

O estudo analisou amostras dos rios Meia Ponte e Extrema, identificando resíduos de antibióticos usados na medicina e na agropecuária, além de bactérias resistentes a vários medicamentos. No total, foram examinados 1.198 isolados de S. aureus. Desses, 83 apresentaram resistência à meticilina e 18 continham o gene mecA, marcador que confirma a presença da MRSA. Quase 90% das amostras foram classificadas como multirresistentes. O trabalho ainda apontou que o esgoto tratado lançado no rio aumenta em até 45% a quantidade de bactérias resistentes.

Segundo a professora Elisa Bailão, os resultados evidenciam que “a presença de antimicrobianos em águas do Cerrado pode afetar todo o ecossistema e provocar a multirresistência bacteriana”, reforçando a necessidade de preservação e monitoramento rigoroso dos rios.

Para o pesquisador premiado, o reconhecimento comprova a relevância da ciência produzida em Goiás. “Essa conquista mostra o avanço da pesquisa no estado e pode abrir portas para novos investimentos voltados à preservação da biodiversidade e à qualidade de vida da população”, afirma Igor.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEG, professor Claudio Stacheira, comunicou a premiação durante a reunião do Conselho Superior da Fapeg (Consup). Para ele, trata-se de “um marco histórico que projeta a competência da universidade e do programa de pós-graduação em nível nacional”.

O estudo também foi publicado na revista internacional New Microbes and New Infections (Elsevier) e reforça a importância da parceria entre Fapeg, Ministério da Saúde, CNPq e Secretaria de Estado da Saúde de Goiás no fomento a pesquisas estratégicas para o SUS.

Fonte Original

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.