Cachoeira Alta empossa cinco suplentes após suspensão de vereadores por suspeita de corrupção

Atualidades

A Câmara Municipal de Cachoeira Alta, no Sudoeste de Goiás, empossou nesta segunda-feira, 2, cinco vereadores suplentes após a suspensão, por decisão judicial, de cinco parlamentares titulares. Os vereadores afastados, empossados em janeiro de 2025, são acusados de corrupção e ficarão fora das funções por um período de 90 dias.

Foram chamados para ocupar as cadeiras os suplentes Nelton Silvério da Conceição (Podemos), Joel Gonçalves Borba (MDB), Paulo Alberto Silva Ferreira (União Brasil), Nilton Oliveira de Freitas (PP) e Hamilton Fernandes Resende (PP). Eles substituem, respectivamente, Tiago Ramalho de Araújo (Podemos), Renato Rosa da Silva (MDB), Luziene Vieira da Silva (UB), Josuel de Freitas Lemes (PP) e Shaylon Rodrigo Ribeiro (PP).

A crise atual se soma a um histórico recente de instabilidade política no município de aproximadamente 11 mil habitantes. Desde 2021, a cidade vive um processo de desgaste institucional. Naquele ano, o prefeito eleito em 2020, Rodrigo Mendonça, e o vice, Eduardo Almeida, tiveram os mandatos cassados por compra de votos e abuso de poder econômico. Ambos foram multados e declarados inelegíveis.

Uma fonte ouvida pela reportagem descreve o atual cenário como um momento de “desmoralização política”, em que parte da população demonstra descrença nas instituições. “A Câmara parecia um mar de lama”, afirmou a fonte.

Dos cinco vereadores suspensos, dois chegaram a ocupar o cargo de prefeito, contribuindo para um cenário de instabilidade: Com a eleição suplementar, Cachoeira Alta teve quatro prefeitos nos últimos três anos.

Câmara Municipal de cachoeira Alta l Foto: Reprodução

Hamilton Resende assume interinamente presidência da Câmara de Cachoeira Alta e promete moralidade e eficiência

O vereador Hamilton Fernandes Resende (PP) foi eleito presidente interino da Câmara Municipal de Cachoeira Alta após o afastamento legal dos membros da mesa diretora por decisão judicial. Ele deve permanecer no cargo por pelo menos 90 dias.

“Houve um afastamento por ordem legal por um espaço de 90 dias, e nós estamos assumindo por esse período”, explicou. Com a vacância, uma nova eleição foi realizada e Hamilton assumiu o comando da Casa.

Hamilton destaca que Sua gestão será pautada por moralidade e funcionamento pleno do Legislativo. “Vamos fazer um trabalho em duas vertentes. A primeira é da moralidade, da legalidade, da imparcialidade.  A segunda vertente é manter a Casa de Leis ativa e o Legislativo atuante”, afirmou.

Diante da crise política enfrentada pelo município, ele reconhece o desafio de reconquistar a confiança da população. “A eficiência é mostrar para o povo a realidade. Não é porque somos interinos que vamos ser insuficiente como vereadores”, disse. E reforçou: “Fez certo, palmas. Fez errado, é pau. A lei tem que valer para todos, não só para alguns.”

Hamilton também destacou que sua gestão será técnica e baseada em responsabilidade fiscal. “A gente precisa colocar a casa em ordem. Gosto de falar com números, porque é a partir da eficiência e da publicidade que a gente gera qualidade de resultado.”

Hamilton Fernandes Resende – presidente da Câmara Municipal

O vereador criticou os gastos excessivos da Câmara: “A Câmara recebe mais de R$ 315 mil por mês de duodécimo para sustentar nove vereadores. É muito dinheiro. E, segundo informações extraoficiais, hoje não fecha as contas no fim do ano se continuar do jeito que está.”

Em suma, Hamilton reiterou o compromisso com a transparência e o bom uso do dinheiro público: “O dinheiro público tem que ser bem gasto. E é isso que nós queremos fazer. “Nós somos a ponte. De um lado está o povo, do outro, o executivo. Vamos fazer essa ponte ser firme.”

Entenda o caso

A Polícia Civil deflagrou, no dia 13 de maio de 2025, uma operação para investigar crimes de peculato e corrupção passiva envolvendo vereadores de Cachoeira Alta, no sudoeste de Goiás. Durante a ação, o presidente da Câmara Municipal, Josuel de Freitas (PP), foi flagrado com R$ 10 mil em espécie.

Além de Josuel, também são alvos da investigação o vice-presidente da Casa, Shaylon Rodrigo Ribeiro (PP), e os vereadores Luziene do Niteta (UB), Renato Rosa (MDB) e Tiaguin Ramalho (Podemos). Este último foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

De acordo com a delegada responsável pela operação, os parlamentares são suspeitos de desviar recursos públicos por meio do uso irregular de diárias para cursos e viagens. As fraudes teriam começado em janeiro deste ano e, até o momento, o prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 110 mil.

Leia também:

Mesa diretora da Câmara de Cachoeira Alta quer antecipar eleições dos próximos 3 anos e oposição pede liminar para derrubar tentativa

TRE mantém cassação de prefeito e vice de Cachoeira Alta por compra de voto e abuso do poder econômico

O post Cachoeira Alta empossa cinco suplentes após suspensão de vereadores por suspeita de corrupção apareceu primeiro em Jornal Opção.

Fonte: Jornal Opção

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *