Cardeal Sako: menos de 70 famílias cristãs permanecem em Mossul

Cardeal Sako: menos de 70 famílias cristãs permanecem em Mossul

Religião

O Papa Francisco visitou o Iraque entre 5 a 8 de março, naquela que foi a 33ª Viagem Apostólica de seu Pontificado e que teve por lema “Sois todos irmãos”. Na manhã do domingo, 7, Francisco foi a Mosul para uma cerimônia de oração pelas vítimas da guerra no Iraque. Na sua saudação sublinhou: “Hoje, apesar de tudo, reafirmamos a nossa convicção de que a fraternidade é mais forte que o fratricídio, que a esperança é mais forte que a morte, que a paz é mais forte que a guerra”.

Vatican News com Agência Fides

Em Mossul, outrora uma cidade multiétnica, lar de pelo menos 50.000 batizados, vivem atualmente menos de setenta famílias cristãs. E em todo o país, os cristãos, que antes ultrapassavam um milhão, agora somam menos de 500.000.

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Estes são alguns dos números apresentados pelo cardeal iraquiano Louis Raphael Sako, Patriarca da Igreja Caldeia, durante seu discurso em 24 de setembro em Viena a diplomatas e políticos austríacos sobre a atual situação dos cristãos no Iraque.

Nas últimas duas décadas, observou o Patriarca na ocasião, as comunidades cristãs no Iraque têm suportado imenso sofrimento, encontrando-se em posição vulnerável, apesar de representarem “a população original do território”. A situação dos cristãos tem sido enfraquecida “devido a conflitos sectários, à presença de organizações extremistas como a Al-Qaeda e o ISIS, milícias e gangues criminosas, à discriminação no emprego, à opressiva ‘Lei do Estatuto Pessoal’ e à islamização de menores”.

Visita do Papa Francisco a Mossul

Além disso, “uma milícia fundada em 2014 afirma representar os cristãos, o que não é verdade”. Todos esses são fatores que continuam a empurrar os cristãos iraquianos para o êxodo forçado de sua terra natal.

Entre as medidas de curto prazo a serem implementadas para conter o êxodo, o Patriarca enfatizou a urgência de “garantir proteção real” às comunidades cristãs da Planície de Nínive “por meio da colaboração com a Polícia Federal e não com as milícias” e a necessidade de “restituir os bens saqueados e compensar financeiramente as perdas sofridas”, a fim de “criar um ambiente favorável com incentivos para encorajar o retorno de emigrantes cristãos, particularmente aqueles que vivem em países vizinhos”.

Olhando para o futuro, o cardeal Sako reiterou a necessidade de promover o desenvolvimento de um Estado onde a lei garanta os direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua filiação religiosa, superando a mentalidade sectária e a cultura tribal. Um Estado fundado nos princípios de igualdade e cidadania, garantido por uma “Constituição laica”.

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