Cerco a Al Fashir agrava a emergência humanitária no Sudão

Cerco a Al Fashir agrava a emergência humanitária no Sudão

Religião

Forças de Apoio Rápido intensificam ataques e pioram a situação na capital do Darfur do Norte, ainda nas mãos do exército regular. Na cidade, 260 mil pessoas estão sitiadas em situação desesperadora. Inundações no centro do país se somam à gravíssima crise humanitária do Sudão.

São cada vez mais intensos os confrontos entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) e as forças armadas regulares do Sudão, conflito iniciado ainda em 2023. O agravamento dos combates obrigou cerca de 90% dos residentes do campo de refugiados de Abu Shouk, em Al Fashir, capital do Darfur do Norte, a tentar fugir nas últimas duas semanas. As RSF também começaram a construir um muro de 30 quilômetros em torno de Al Fashir, tornando ainda mais desesperadora a situação das cerca de 260 mil pessoas que permanecem na cidade. O campo de refugiados, que já chegou a abrigar 190 mil pessoas, foi repetidamente atingido por bombardeios que causaram inúmeras vítimas. No final de agosto, fontes relataram que um ataque das RSF havia matado mais de 40 pessoas e destruído quase todas as fontes de água.

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Gravíssima crise humanitária

Nesse contexto, a emergência humanitária na região está se agravando consideravelmente. Os serviços essenciais na cidade de Al Fashir estão em colapso devido aos confrontos e à falta de recursos. O fornecimento de água por caminhões-pipa ao único hospital em funcionamento foi suspenso, enquanto as cozinhas comunitárias fecharam por causa do esgotamento dos estoques de alimentos.


Cozinha comunitária distribui refeições em Omdurman, no Sudão.

Enquanto isso, fortes chuvas e inundações repentinas nos últimos dias desalojaram cerca de 4 mil pessoas e destruíram 550 residências no estado de Al-Jazirah. Muitas famílias ainda necessitam urgentemente de abrigo e de outros tipos de ajuda básica, segundo as Nações Unidas.

O conflito no Sudão começou em abril de 2023 entre as forças armadas regulares, lideradas pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF do ex-vice-chefe de Estado Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Os confrontos já causaram dezenas de milhares de mortos e milhões de refugiados e deslocados internos, provocando uma das piores crises humanitárias do mundo, com vastas áreas do país à beira da fome e uma crescente instabilidade que ameaça toda a região.

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