Chapada dos Veadeiros: moradores de Cavalcante denunciam que prefeito doou área pública do Parque Lava Pés

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Quem visita Goiás e não vai à Chapada dos Veadeiros — nos municípios de Cavalcante, Alto Paraíso e Colinas — não pode sair dizendo que conhece o Estado. É o que se diz no exterior e no país. A região tem grandes extensões amplamente preservadas, daí a ocorrência de animais como lobo guará, raposa, tamanduá (bandeira e mirim), anta e várias espécies de pássaros e uma flora diversificada.

A Chapada dos Veadeiros é uma das regiões mais belas do país. Há quem postule, inclusive, que há uma “energia” positiva nos seus parques e cachoeiras. Guias turísticos contam que turistas brasileiros e estrangeiros comentam que andar pelo município de Alto Paraíso, sobretudo na Vila São Jorge, e Cavalcante, onde moram os Kalungas, é uma experiência única. Das visitas às cachoeiras, ao Vale da Lua e ao Parque da Chapada dos Veadeiros — inclusive há água quente na região (o advogado e pesquisador Uarian Ferreira vem divulgando estudos a respeito) —, os turistas postulam que saem renovados.

Então, cada vez mais a Chapada dos Veadeiros precisa ser preservada, ou seja, defendida de “empreendimentos” que podem ser deletérios à preservação ambiental.

Doação de área pública em Cavalcante

A repórter Laura Braga, do portal Metrópoles, fez uma grave denúncia a respeito de uma ação da Prefeitura de Cavalcante.

Moradores de Cavalcante sustentam que o prefeito de Cavalcante, Vilmar Kalunga, do PSB, “doou” uma área do Parque Lava Pés — que integra a Chapada dos Veadeiros — a Evangelino Moreira dos Santos.

Um dos problemas da doação: a Cachoeira Lava Pés, lugar turístico, símbolo da cidade e refúgio ecológico, “fica na área que foi doada” pelo prefeito Vilmar Kalunga a Evangelino Moreira dos Santos.

Moradores de Cavalcante organizaram um abaixo-assinado, que já conta com mais de 250 assinaturas, que cobra a devolução da área ao setor público. O Ministério Público tem de ficar de olho os acontecimentos.

“Nós, cidadãs e cidadãos de Cavalcante, de Goiás e de todo o Brasil, exigimos a anulação imediata da doação de uma área de mais de 131 mil metros quadrados do Parque Municipal do Lava Pés”, registra o abaixo-assinado.

O documento elaborado por moradores da região enfatiza que “a ameaça de privatização por grandes empreendimentos turísticos, que excluem a comunidade, devasta a natureza”.

“Após análise do georreferenciamento da área a ser doada, ela inclui o trecho principal de acesso à cachoeira. Isso revela claramente a intenção de gerar ingresso – cobrança – pela entrada do parque por visitantes. O que revela, também, que essa área nunca foi destinada ao senhor Evangelino Moreira dos Santos, mas sim a alguém com outras intenções para com esse local. Área pública não é mercadoria”, postula o abaixo-assinado dos moradores de Cavalcante.

Vilmar Kalunga: prefeito diz que está fazendo regularização fundiária | Foto: Divulgação

Outro lado: prefeito Vilmar Kalunga contesta “doação”

O Metrópoles divulgou uma nota do prefeito Vilmar Kalunga. De acordo com a gestão municipal, a Cachoeira Lava Pés não deixou, em nenhum momento, de permanecer ao patrimônio natural e cultural de Cavalcante.

De acordo com a Prefeitura de Cavalcante, “não há qualquer risco de perda de acesso à cachoeira ou de comprometimento de sua integridade ambiental. O local segue sendo de uso comum da população, com acesso garantido e preservado”.

Ao doar a área, o prefeito Vilmar Kalunga ressalta que seguiu a legislação e garante que contou com a aprovação da Câmara Municipal. O Metrópoles sintetiza a versão da prefeitura sobre a doação: “O objetivo” foi o de “delimitar, com precisão, os limites entre a área pública e a área de uso particular, evitando ocupações irregulares e assegurando o ordenamento funcionário do entorno do parque”.

A nota da prefeitura acrescenta: “O beneficiário da doação ocupa a área desde a década de 1980, sendo que há documentos anteriores que demonstram o reconhecimento da posse, incluindo declaração emitida à época pelo município ao senhor Valdivino de Paula, predecessor na ocupação”.

O prefeito Vilmar Kalunga sugere que está procedendo, com a doação da área, à regularização fundiária e assegura está operando tendo em vista a criação efetiva do Parque Municipal Lava Pés.

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Fonte: Jornal Opção

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