Imagens do terminal de combustíveis de Ras Isa, no Iêmen, em chamas circulam nas redes sociais como se fossem de um suposto ataque recente dos Estados Unidos à Venezuela.
“EUA em ação contra Nicolás Maduro”, descrevem postagens com o registro publicadas no Instagram.
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Reuters Image
Nas últimas semanas, a tensão entre os EUA e a Venezuela escalou devido ao envio de navios norte-americanos para áreas próximas à costa venezuelana sob a justificativa de combate ao tráfico de drogas.
No entanto, não há registros de ataques ao país sul-americano.
No conteúdo checado, há o logotipo da Caracol Radio, da Colômbia, que postou a mesma filmagem em 17 de abril deste ano no Facebook com a legenda “Os Estados Unidos bombardearam o porto petrolífero de Ras Isa, no Mar Vermelho, na província de Hodeidah, no Iêmen”.
Outros veículos da imprensa também publicaram vídeos que mostram o fogo no local de outros ângulos .
A Reuters noticiou que, na data, militares norte-americanos informaram ter atingido o porto com o objetivo de interromper o fornecimento de combustíveis para os militantes houthis , grupo rebelde iemenita apoiado pelo Irã.
De acordo com o Ministério da Saúde do Iêmen, administrado pelos houthis, pelo menos 74 pessoas morreram no ataque.
Na época, o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que continuaria a bombardear o país até que o grupo iemenita cessasse as abordagens a embarcações que passam pelo Mar Vermelho.
Os houthis reivindicam ataques principalmente a navios cargueiros de Israel — aliado histórico de Washington — e de países do Ocidente que trafegam pela região, uma das principais rotas comerciais do mundo.
O grupo afirma que as ações, assim como o lançamento de mísseis contra Israel, são um ato de solidariedade aos palestinos em meio à guerra na Faixa de Gaza. Israel respondeu aos ataques — no último domingo, o país alvejou a capital do Iêmen, Sanaa.
Em maio, Trump anunciou um acordo com os houthis que, segundo ele, haviam concordado em paralisar as ofensivas a embarcações dos EUA desde que o país não bombardeasse mais o Iêmen.
O grupo voltou a ameaçar navios norte-americanos no Mar Vermelho no final de junho, depois que Washington atingiu usinas nucleares do Irã.
VEREDICTO
Legenda errada. O vídeo é de março e mostra um bombardeio dos EUA a um terminal de combustíveis no Iêmen, não um ataque norte-americano recente à Venezuela.
Este artigo foi produzido pela equipe da Reuters Fact Check. Envie sugestões de checagem via WhatsApp pelo número (11) 91599-9278 . Leia mais sobre nosso trabalho de checagens de afirmações nas redes sociais aqui .
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