A corrida eleitoral de 2026 pode ter, pela primeira vez, três candidatos nascidos em Goiás. Não será a primeira, no entanto, que nascidos em Goiás disputam o principal cargo político eletivo. Atual governador do Estado, Ronaldo Caiado disputou o primeiro pleito após o fim ditadura militar e o início da redemocratização, em 1989. Iris de Araújo, esposa de Iris Rezende, também disputou as eleições presidenciais, mas no pleito de 94 e como vice-presidente. Já Henrique Meilleres foi candidato em 2018, pelo MDB.

Para as eleições gerais de 2026, além de Caiado, que lançou a pré-candidatura neste ano, os eleitores podem ter como opção os goianos: Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo em 2024 e o empresário Joesley Batista.

O empresário dono de uma fortuna de US$ 3,9 bilhões, segundo a Forbes, e envolvimento em diversos escândalos de corrupção, Josley Batista teria indicado à aliado a intensão de disputar a corrida eleitoral em 26. As informações, do PlatôBr, revelam que ele teria iniciado uma rede de apoio, embora a candidatura seja trada com cautela.
Relembre outras candidaturas goianas
Em 89, Caiado era presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e estreou na política de forma ruidosa e simbólica ao lançar sua candidatura à Presidência da República pelo Partido Social Democrático (PSD) — diferente do atual PSD —. Médico e líder ruralista, Caiado já era uma figura conhecida no cenário político por sua atuação junto à empresários e produtores ligados a agricultura.

Com um discurso conservador, nacionalista e de defesa da “ordem do campo”, Caiado se apresentava como um outsider da política. Sua retórica mirava tanto a esquerda, na figura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quanto os liberais de sociais democratas como Ulysses Guimarães e Mário Covas.
Apesar do tom, sua campanha não obteve grande projeção eleitoral. No primeiro turno, Caiado recebeu 488.872 votos, sendo 78 em Goiás, o equivalente a 0,68%, ficando em décimo lugar. Um ano depois, em 90, foi eleito deputado federal e nas décadas seguintes, foi senador e senador pelo Democratas, extinto DEM.
Dona Iris
Em 1994, o candidato a presidência Orestes Quércia (PMDB) anunciou o nome da ex-deputada estadual por Goiás e esposa do ex-prefeito Iris Rezende, Iris de Araújo, como candidata a vice-presidência na sua chapa. De acordo notícias veiculadas na época, a escolha deixou a direção do partido “surpresa e contrariada”.

“A mulher tem condições de ocupar cargos importantes e dona Iris vai mostrar isso. Ela consegue aliar o trabalho de dona-de-casa com o trabalho político”, disse o ex-senador Orestes sobre a primeira mulher a disputar em uma chapa presidencial no Brasil.
Suplente do ex-senador Maguito Vilela, assumiu temporariamente o mandato por duas vezes, em 2003 e 2006. Nas eleições em Goiás de 2006, elegeu-se deputada federal, com a maior votação. Reelegeu-se em 2010, da mesma forma. Na Câmara, foi integrante titular da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Iris Rezende também chegou a se lançar como pré-candidato à presidente após as manifestações pelas Diretas Já, no entanto a postulância não foi para frente.
Henrique Meirelles
Conhecido por sua trajetória no setor financeiro nacional e internacional, Henrique Meirelles, natural de Anápolis, foi presidente mundial no BankBoston. Ingressou na vida pública ao se eleger deputado federal por Goiás pelo PSDB, mas não chegou a tomar posse.
Meirelles foi convidado pelo presidente Lula para assumir o comando do Banco Central, assumindo o cargo em janeiro de 20003. Apesar de ser filiado a um partido de oposição ao governo petista, Meirelles foi mantido no BC por oito anos, de 2003 a 2011, sendo uma das figuras mais longevas à frente da autoridade monetária brasileira.

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Em 2018, lançou-se candidato à Presidência da República pelo MDB, numa tentativa de consolidar a chamada “terceira via”. Apesar da ampla experiência e do apoio institucional, sua candidatura enfrentou baixa adesão popular e dificuldade de comunicação com o eleitorado. Obteve cerca de 1,2% dos votos válidos e terminou a disputa em sétimo lugar.
Pablo Marçal
Goiano, o ex-coach e empresário diz ter pretensão de disputar as eleições presidenciais em 2026, no entanto, ele foi condenado duas vezes à inelegibilidade por oito anos.
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A principal acusação é que o empresário teria incentivado o impulsionamento de seus vídeos eleitorais, oferecendo dinheiro a pessoas que realizassem cortes de vídeos de sua campanha e os divulgassem nas plataformas digitais, como TikTok, Instagram e YouTube. Para o magistrado, essa prática representou um uso irregular dos meios de comunicação para promover a candidatura de Marçal, o que configura abuso de poder econômico.

Em fevereiro de 2024, o mesmo juiz, Antonio Maria Patino Zorz, já havia determinado a inelegibilidade do empresário por oferecer apoio político a candidatos a vereador, mediante o pagamento de R$ 5 mil para divulgar vídeos em suas redes sociais. Naquela ocasião, a Justiça também o condenou por disseminar fake news sobre o sistema de arrecadação eleitoral e realizar propaganda negativa contra seus adversários.
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