Dados da TV Globo provam que empresa é sólida, lucrativa e mantém programação de qualidade

Atualidades

A esquerda e a direita são parecidas quando o tema é TV Globo. Durante anos, a esquerda criticou a rede de televisão criada por Roberto Marinho e hoje dirigida por filhos e netos (ou neto).

A esquerda dizia que a Globo era pró-direita, por ter apoiado a ditadura civil-militar. Agora, mudou o discurso e não é mais crítica. Pelo contrário, parece tratar o maior grupo de comunicação como aliado de jornada, quer dizer, um parceiro circunstancial na batalha contra a direita radical.

A direita, que não era contra a Globo, apesar de fazer críticas esporádicas, sobretudo no campo moral ou moralista, agora percebe a rede da família como uma espécie de besta-fera.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, a Globo esteve sob ataque direto dos homens incrustados na gestão pública. Com a retirada do poder do presidente, o bolsonarismo continua no ataque.

Aline Midlej: do Jornal da 10 | Foto: Divulgação

Nas redes sociais, até pouco tempo, dizia-se que a Globo estaria “quebrando” e que seria “vendida” (nunca diziam para quem).

Pois a Globo, provando que tem sete vidas, reinventou-se, enxugou sua estrutura, adaptou-se aos novos tempos do entretenimento e do jornalismo — a concorrência é imensa, inclusive com produtos de outros países em grandes quantidades — e é lucrativa.

Mesmo lucrativa, às vezes a Globo enfrenta o preconceito de parte da imprensa, que, para se mostrar “crítica”, sempre usa um “mas” ou um “no entanto”, ou seja, parece não ficar satisfeita com o  fato de a rede não ser deficitária.

Parece que, sobretudo em blogs, há uma torcida a favor do déficit e contra o superávit da Globo.

Lucro na mídia, nos dias atuais, é quase similar ao que ocorre nas companhias de aviação — muito raro. Então, se há lucro, qualquer que seja, vale comemorar.

Globo mantém lucratividade e estabilidade empresarial

De acordo com reportagem de Daniel Castro, do “Notícias da TV”, do UOL, “a Globo encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma receita líquida de 4,1 bilhões, resultado 13% superior ao do mesmo período de 2024”.

Noutras palavras, trata-se de um faturamento substancial, diria um economista. Que mostra que a Globo, como empresa, está em ascensão, e não recuando.

Andréia Sadi, William Bonner e Renata lo Prete: símbolos de qualidade no jornalismo | Fotos: Reproduções

Daniel Castro ressalva: “Os custos e as despesas da companhia, no entanto, aumentaram 22% — de 2,8 bilhões para 3,5 bilhões, reduzindo em 20% o Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações). O Ebitda foi de 647 milhões no período, contra 812 milhões no primeiro trimestre de 2024”.

A rigor, não se trata de um lucro estupendo, mas, numa economia instável e com uma concorrência gigantesca, é significativo. Só o fato de não se ter registrado prejuízo já é relevante.

Raciocinando com um economista experiente, que sabe observar que, quando uma empresa está em fase de investimento — para ter ganhos futuros —, os lucros do presente podem ser menores, o diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, ofereceu uma explicação pertinente, crível.

Paulo Marinho enfatiza, na síntese de Daniel Castro, que “tanto o aumento de custos quanto o de receitas foram impactados pela aquisição do controle acionário do Telecine, plataforma de filmes, e da Eletromídia, empresa de mídia exterior”.

O neto de Roberto Marinho sublinha: “Todas essas variações positivas foram impulsionadas pelas aquisições da Eletromídia e do Telecine, este último tendo sua incorporação concluída no primeiro trimestre, demonstrando que os novos negócios estão impactando a geração de novas receitas”.

As aquisições reduziram o lucro? O que Paulo Marinho está explicando é que os investimentos — as aquisições — reforçaram o caixa da Globo, não a prejudicaram. Adiante, poderão contribuir para um aumento mais substancial do lucro. Porque, desde já, demonstraram que são lucrativos.

Daniel Castro assinala que, “principal fonte de receitas do grupo, a venda de publicidade cresceu 400 milhões, de 2,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para 2,7 bilhões, uma variação de 15%”.

O portal relata que “as receitas com conteúdo (assinaturas do Globoplay, canais pagos e vendas de programas ao exterior) subiram apenas 100 milhões de reais — para 1,3 bilhão, uma variação de 9%”.

Daniel Castro parece não ter percebido, ao contrário do que sugere, que se trata de uma notícia positiva.

Primeiro, as receitas subiram, ainda que não em grande proporção (9% significam movimento para cima).

Segundo, a Globo está vendendo programas para o exterior — o que, adiante, poderá robustecê-la. A aceitação internacional, num mercado altamente competitivo, é uma boa notícia (vale reportagem do atento repórter, um dos melhores quando o assunto é televisão).

Paulo Marinho (e, atrás, o avô, Roberto Marinho): presidente da Globo | Foto: Divulgação

O portal do UOL informa: “O baixo aumento das receitas com assinaturas contrasta com o crescimento do Globoplay, que em março detinha 1,8% da audiência de toda a TV, incluindo streaming gratuito”.

Paulo Marinho destaca, no resumo do “Notícias da TV”, que “as bases de assinantes do Globoplay e do Premiere Play cresceram 32% e 52%, respectivamente, na comparação dos primeiros trimestres de 2024 e 2025”.

Então, o que parece uma notícia mais ou menos, é, na verdade, uma boa notícia. Com uma oferta cada vez maior de programas (séries, minisséries), alguns de qualidade acima da média, é provável que a base de assinantes cresça, e concomitantemente a receita.

O lucro da Globo em 2024 subiu para 1,99 bilhão de reais, quase 2 bilhões. No ano anterior, não passou de 838,7 milhões.

O fato objetivo é que, qualquer que sejam os motivos, a Globo é uma empresa lucrativa e, ao mesmo tempo que faz ajustes, reduzindo sua estrutura, faz investimentos aparentemente sustentáveis — tanto que se obtém lucro.

Daniel Castro anota que “as receitas da Globo estão estagnadas em termos nominais. Em 2024, a empresa festejou uma receita total de 16,4 bilhões de reais. Esse número, no entanto, é praticamente o mesmo que a emissora havia feito em 2014 (16,2 bilhões)”.

O portal do UOL ressalta que “os 16,2 bilhões de 2014, atualizados pelo IPCA, o índice de inflação oficial, seriam 28,6 bilhões em 31 de dezembro de 2024. A Globo, na verdade, está encolhendo, perdendo receitas para as plataformas digitais”.

“Notícias da TV” não nota o principal: a Globo continua lucrativa, mantendo uma programação de qualidade e diversificada. Então, o que parece estagnação deve ser vista como estabilidade num mercado cada vez mais difícil de se atuar.

Os lucros de todas as empresas de comunicação e entretenimento tendem a cair, não por causa de crise ou falta de público, e sim pela competição altamente acirrada.

O que faltou ressalvar na reportagem foi a solidez da Globo, sua capacidade de competir e de se manter ativa por mais de meio século (está comemorando 60 anos).

Às vezes, para sobreviver — mantendo a qualidade e certa margem de lucro —, é preciso “encolher” um pouco ou, até, muito. Quem ficar demasiado grande, competindo com estruturas mais enxutas, pode não sobreviver. O modelo da globo — e sua reinvenção, que está em curso — é vitorioso e merece ser examinado com mais equilíbrio, amplitude e precisão.

O post Dados da TV Globo provam que empresa é sólida, lucrativa e mantém programação de qualidade apareceu primeiro em Jornal Opção.

Fonte: Jornal Opção

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *