Dom Rogério: a consolação é a possibilidade de transformar uma perda em redenção

Dom Rogério: a consolação é a possibilidade de transformar uma perda em redenção

Religião

Dom Rogério Augusto das Neves, bispo auxiliar de São Paulo, participou da Vigília de Oração do Jubileu da Consolação, na Basílica de São Pedro. Segundo ele, “a consolação se insere dentro das nossas necessidades mais profundas de escuta, de atenção e de consolo”. Também participou da vigília Andreana Bassanetti, fundadora da Associação “Figli in cielo” (Filhos no Céu), que oferece programas para famílias que sofreram a perda prematura de um filho ou ente querido.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

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O bispo auxiliar de São Paulo dom Rogério Augusto das Neves participou do Jubileu da Consolação na última segunda-feira (15/09), em Roma.

O prelado participou da Vigília de Oração do Jubileu da Consolação presidida pelo Papa Leão XIV. Dom Rogério conversou conosco a propósito desse encontro com o Pontífice, afirmando que foi o momento principal sua passagem em Roma, “onde o Papa se encontrou com um grupo muito grande de pessoas que vivem o sofrimento do luto e às vezes da perda violenta de filhos e parentes e também alguns que são vítimas também de problemas de violência e abusos dentro da Igreja. Havia grupos representando esses grupos que sofrem”. Segundo o prelado, “a consolação se insere dentro das nossas necessidades mais profundas de escuta, de atenção e de consolo”.

Nas palavras de dom Rogério, “o Papa falou sobre o significado das lágrimas, disse que elas indicam o que a gente passa por causa do sofrimento das perdas, das injustiças sofridas”, mas apontou que elas são também “o sinal, o símbolo também da nossa superação, onde a gente reafirma a nossa fé”.

De acordo com o bispo auxiliar de São Paulo, não devemos ver a consolação “apenas como remendo, um reparo que se procura colocar sobre uma coisa irremediável, que na verdade é irremediável, mas com uma possibilidade de transformar aquilo em redenção, em consolação pela fé para nós e de nos transformar também em consoladores para os outros”.

“A minha experiência é o fato de ter acompanhado um grupo de pais que perderam um filho. Através de um grupo que na minha diocese de origem eu acompanhei desde o início, mas que na verdade reproduzia a experiência da associação Italiana “Figli in Cielo”, Filhos no Céu, que reúne pais que perderam um filho. O objetivo é fazer com que essas pessoas possam dar um salto e transformar este momento irremediável, que não é só um momento, mas uma mudança na vida, numa oportunidade de encontrar um bem maior. Depois, estando aqui, na celebração, foram fortes os testemunhos dados ali por duas senhoras que perderam entes queridos violentamente. Lucia, da Itália, que perdeu o marido, vítima de jovens criminosos, e depois uma senhora estadunidense Diane que deu seu testemunho da perda de seu filho. Um jornalista que por duas vezes foi sequestrado e da última vez foi torturado, exposto à fome e decapitado. As duas histórias terminam não apenas no luto, da perda, mas ambas tiveram a oportunidade de ver o processo de reconciliação com algum dos agressores do marido ou do filho. Elas contaram esta história comovente, mostrando que por mais que pareça irremediável a violência, o ser humano é capaz de se abrir para Deus de uma maneira que ele seja capaz de encontrar o ser humano até mesmo naquele criminoso que tirou a vida de um ente querido”, disse dom Rogério.

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