Fundação Agostinianos no Mundo: levamos adiante os valores que o Papa expressa

Fundação Agostinianos no Mundo: levamos adiante os valores que o Papa expressa

Religião

Maurizio Misitano, diretor-executivo da obra de solidariedade da Ordem religiosa à qual pertence Leão XIV, relata o encontro com o Pontífice na manhã desta segunda-feira (15/09). Ele levou ao Papa o carinho de muitas pessoas: “isso lhe dá muita força. Há muito individualismo entre as pessoas; quando colocamos nossos interesses, especialmente monetários, acima da salvaguarda de todos, corremos o risco de enfraquecer a missão. Enchemos nossos corações de solidariedade”.

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Antonella Palermo – Vatican News

No dia seguinte ao aniversário de 70 anos de Leão XIV, continuam as manifestações de afeto por parte de todos aqueles que gravitam em torno das obras que ele mesmo, quando era prior geral, ajudou a criar e promover. Entre elas, está a Fundação Agostinianos no Mundo, que neste 15 de setembro se reuniu com o Pontífice na Cúria Geral dos Agostinianos, à margem dos trabalhos do Capítulo Geral.

Com um impacto benéfico na vida de 25 mil pessoas na África (Argélia, Moçambique, Nigéria, Quênia, República Democrática do Congo, Togo), Ásia (Índia, Indonésia), América (Cuba, Equador, Peru, Venezuela) e Europa (Ucrânia, Itália), a Fundação se ocupa da defesa dos direitos humanos, da educação para todos e do desenvolvimento equitativo e sustentável. O diretor-executivo, Maurizio Misitano, que representou esta realidade na manhã desta segunda-feira (15/09), conta aos meios de comunicação do Vaticano como esse movimento de empatia dá muita força ao Papa, de quem “chega toda a simplicidade, a humildade”. 

“Queremos incendiar o mundo com amor”

“Lemos juntos algumas das mensagens de felicitações. Lembro-me, por exemplo, da mensagem de uma criança de 12 anos. Ou da mensagem de uma mulher que diz rezar sempre por ele. E, de fato, ele pede que rezem pelo Papa. Foi um momento realmente bonito”, explica Misitano. É preciso um mundo que arda de amor, sublinha ele, enquanto ilustra o logotipo da fundação: o coração de Santo Agostinho impresso no fundo que é o mundo, precisamente. “Gostaríamos de incendiar o mundo com amor. É realmente necessário: cada vez que o Papa fala, lança um apelo à paz, à paz verdadeira, sincera, duradoura. Ainda hoje chamou a atenção para os mais pobres. Uma das vezes em que o encontramos na missa pela festa de Santo Agostinho, dissemos: ‘Santo Padre, dê-nos um conselho sobre como seguir em frente num momento tão difícil’. E ele respondeu: ‘Olhem, sou eu que preciso dos conselhos de vocês’. E, de fato, é necessário o trabalho de todos para superar este período que é verdadeiramente absurdo”.

“Nós – prossegue o diretor da organização – estamos simplesmente dando continuidade ao que ele começou durante seu priorado, que terminou em 2013. A Fundação é apenas o braço operacional. Levamos adiante os valores que ele continua expressando até hoje. Nós lhe dissemos que conhecemos há muito tempo as palavras que o mundo está ouvindo”.

Misitano explica ainda como o trabalho é fruto da colaboração estreita e constante com os missionários e missionárias agostinianos e que os desafios relacionados principalmente aos conflitos são fundamentais. “Em seu papel, ele está apelando para a paz, e essa é uma responsabilidade de todos. Não se pode virar as costas. Cada um, à sua maneira, deve ter a coragem de dizer ‘não’ à guerra”.

Da ajuda às mulheres de Cabo Delgado à recuperação das crianças-soldados no Congo

Na manhã desta segunda-feira (15/09), o diretor apresentou ao Papa alguns projetos nos quais os Agostinianos no mundo estão particularmente empenhados: “falamos sobre o tema que lhe é caro, a deficiência. A esse respeito, temos um projeto de integração de crianças com deficiência nas nossas escolas no Quênia, precisamente numa das escolas cuja primeira parte ele mesmo inaugurou. Em Moçambique, que ele citou recentemente em um dos apelos do Angelus dominical, estamos ajudando as mulheres que fogem dos terríveis ataques dos terroristas em Cabo Delgado. Depois, há a República Democrática do Congo, onde, em um centro que ele visitou em 2011 e que nós reconstruímos, estamos recuperando ex-crianças-soldados. É verdade que se fala muito sobre o que acontece no norte de Kivu, mas na nossa zona, que é imediatamente adjacente, continuam a sequestrar menores para transformá-los em soldados”. 

Há um espírito missionário que, na verdade, corre o risco de se extinguir, conclui Maurizio Misitano, devido ao individualismo generalizado: “estamos muito concentrados em nós mesmos, no nosso bem-estar. Quando colocamos nossos interesses, os financeiros, acima da salvaguarda de todos, esse risco surge. Devemos encher nossos corações de solidariedade”. 

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