O plano de Israel, conhecido como projeto E1, prevê o lançamento de licitações para a construção de mais de 3.300 unidades habitacionais entre Jerusalém e Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. “Isso sepulta a ideia de um Estado palestino”, afirmou o ministro das Finanças e líder israelense de extrema direita, Bezalel Smotrich. Rnquanto isso, milhares de soldados estão prontos para a ofensiva contra a Cidade de Gaza.
Vatican News
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Israel deu sinal verde ao controverso projeto de assentamento E1, que prevê a construção de 3.401 unidades habitacionais entre Jerusalém e o assentamento de Ma’ale Adumim, na Cisjordânia. O projeto tem sido duramente criticado por palestinos e diversas organizações israelenses de direitos humanos por dividir a Cisjordânia em duas partes e pôr fim à possibilidade de uma futura solução de dois Estados.
A aprovação final foi dada pela Comissão Superior de Planejamento da Administração Civil, um departamento do Ministério da Defesa. Esta é uma decisão “histórica” que “praticamente apaga a ilusão de dois Estados e consolida o domínio do povo judeu sobre o coração da Terra de Israel”, afirmou o ministro das Finanças e líder israelense de extrema direita, Bezalel Smotrich. “O Estado palestino é cancelado, não com slogan, mas com fatos. Cada assentamento, cada bairro, cada unidade habitacional é mais um prego no caixão dessa ideia perigosa”, acrescentou.
Devido à forte oposição da comunidade internacional, que teme que o novo assentamento possa bloquear o surgimento de um Estado palestino contíguo e viável, o projeto ficou congelado por décadas. A potencial construção de um novo bairro para o assentamento de Ma’ale Adumim na chamada área E1 dividiria a Cisjordânia em regiões norte e sul e impediria o desenvolvimento de uma metrópole palestina conectando Jerusalém Oriental a Belém e Ramallah, que os palestinos há muito esperam que forme a base de seu futuro Estado.
“Após décadas de pressão e congelamentos internacionais, estamos rompendo as convenções e conectando Ma’ale Adumim a Jerusalém. Isso é o sionismo em sua melhor forma: construindo, colonizando e fortalecendo nossa soberania na Terra de Israel”, disse Smotrich.
No entanto, segundo o organismo de controle dos assentamentos Peace Now, os planos aprovados não dizem respeito ao plano E1 original, mas sim a um bairro separado de Ma’ale Adumim. “As 3.300 unidades habitacionais em Ma’ale Adumim – explica a entidade – representam um aumento de aproximadamente 33% do estoque habitacional do assentamento, uma expansão massiva para um assentamento cuja população estagnou em cerca de 38.000 na última década e sofreu um forte fluxo de migrantes. As licitações dizem respeito a um grande bairro que conectará a área construída de Ma’ale Adumim com a zona industrial a leste”.
Em março, o gabinete de segurança israelense havia aprovado a construção da tangencial «Fabric of Life», reservada aos palestinos, na área de Jerusalém, em uma tentativa de separar o tráfego israelense e palestino e consolidar a presença de Israel além da Linha Verde.
Milhares de soldados prontos para a ofensiva contra Cidade de Gaza
Cinco divisões das Forças de Defesa de Israel (FDI), compostas por dezenas de milhares de soldados, estão prontas para participar da ofensiva militar planejada em Gaza City, no norte da Faixa de Gaza, segundo o Times of Israel, citando as Forças de Defesa de Israel (IDF), segundo as quais as fases preparatórias da operação, apelidada de “Tanques B de Gideão”, já começaram com uma ofensiva em andamento nos arredores da Cidade de Gaza.
A Brigada de Infantaria Nahal e a 7ª Brigada Blindada estão operando no bairro de Zeitoun, enquanto a Brigada de Infantaria Givati lançou uma nova ofensiva na área de Kafr Jabalia, na parte norte da cidade. A ofensiva das IDF na Cidade de Gaza será conduzida em fases, começando com uma ordem de evacuação para os civis na área. As IDF devem então cercar a cidade antes de avançar mais profundamente e alcançar áreas que anteriormente “não haviam sido completamente limpas da infraestrutura” pertencente ao movimento islâmico palestino Hamas. O plano, aprovado na noite de terça-feira, 19, pelo ministro da Defesa, Israel Katz, será apresentado ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na quinta-feira.
130.000 reservistas israelenses envolvidos até 2026
Em conjunto com o plano de ocupação militar da Cidade de Gaza, o ministro da defesa israelense, Israel Katz, também aprovou um plano para “acolher” os moradores da cidade, que deverão ser transferidos para o sul da Faixa de Gaza no início da ofensiva. A informação é do jornal israelense Haaretz, que acrescentou que, segundo altos oficiais das Forças de Defesa de Israel (FDI), os combates devem continuar até 2026.
Oficiais das FDI disseram que aproximadamente 130.000 reservistas serão convocados para a operação e que o serviço dos que já estão em serviço será estendido por aproximadamente um mês. O recrutamento dos primeiros 60.000 reservistas deve começar nesta quarta-feira.