Marina Silva é novamente insultada na Câmara e diz ter sido “terrivelmente agredida”

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A ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou a ser alvo de ataques e ofensas durante uma sessão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira, 2. Após declarações do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), Marina afirmou ter se sentido “terrivelmente agredida” e disse ter pedido “muita calma” em oração a Deus antes da audiência.

O parlamentar, crítico frequente da política ambiental do governo federal, repetiu o insulto já feito em outubro de 2024, dizendo que Marina seria “adestrada” e comparando sua atuação às estratégias usadas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), pelo grupo palestino Hamas e pelo libanês Hezbollah.

“Usei a expressão adestramento e não foi ofensa pessoal. Repetições que buscam resultado são adestramento. A estratégia da ministra é a mesma de Farc, Hamas e Hezbollah”, disse Evair durante a sessão.

Marina rebateu afirmando que o episódio foi ainda mais grave do que o ocorrido em maio no Senado, quando abandonou uma audiência pública após ataques de parlamentares da oposição. “Depois do que aconteceu no Senado, muitos acharam normal repetir ofensas em nível piorado. Fui terrivelmente agredida”, desabafou a ministra.

Na audiência, Marina Silva foi convocada para prestar esclarecimentos sobre o apoio ao Acampamento Terra Livre, o aumento do desmatamento na Amazônia, as queimadas e o impacto ambiental da COP30, que será realizada em Belém.

A ministra reafirmou o apoio ao movimento indígena e destacou que obras como a rodovia relacionada à COP-30 são de responsabilidade do governo do Pará. Os ânimos seguiram acirrados na sessão.

O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), acusou Marina de agir como “paladina da sustentabilidade”, enquanto governistas denunciaram o desrespeito dos opositores.

Evair também criticou o Ibama, dizendo que o órgão se tornou uma “indústria da multa”, e contestou os dados sobre desmatamento apresentados pelo governo. Marina destacou que estava em paz após rezar pedindo serenidade:

“Que Deus julgue entre eu e Vossa Excelência e dê Seu veredito”, respondeu à fala de Evair. Durante a sessão, ao ser interrompida diversas vezes, Marina apontou o machismo dos ataques: “Quando um homem fala com firmeza, dizem que é incisivo. Quando uma mulher fala com firmeza, dizem para ter calma. Isso é ofensivo.”

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Fonte: Jornal Opção

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