Médico é preso no Rio após paciente morrer em cirurgia estética

Médico é preso no Rio após paciente morrer em cirurgia estética

Brasil

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio prendeu na segunda-feira (15) o médico José Emílio de Brito, acusado de realizar a cirurgia estética que resultou na morte de uma jovem de 28 anos na semana passada. O procedimento, uma lipoaspiração com enxerto de glúteos, foi feito em uma clínica de Campo Grande, na zona oeste da cidade, no dia 8 de setembro.

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Marilha Menezes Antunes não resistiu às complicações e morreu ainda na unidade. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou perfurações nos rins e hemorragia interna como causa da morte.

O mandado de prisão temporária contra Brito, válido por 30 dias, foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público. Ele foi localizado e detido na Tijuca, zona norte, por cinco agentes da Decon (Delegacia do Consumidor).

A defesa do médico afirmou que ele não resistiu à prisão e disse confiar no trabalho das autoridades.

A polícia trata o caso como homicídio doloso, com dolo eventual. “O médico assumiu diversos riscos, entre eles a falta de anestesista. Acreditamos que vários equívocos foram cometidos, mas com vontade de cometer”, disse o delegado Wellington Vieira, da Decon.

Segundo um perito ouvido nesta segunda-feira, a necropsia revelou sete perfurações compatíveis com lipoaspiração, sendo duas delas penetrantes, que atingiram a cavidade abdominal e provocaram a hemorragia.

De acordo com a investigação, no entanto, a declaração de óbito assinada pelo médico apontou como causa da morte broncoaspiração e parada cardiorrespiratória.

Ainda nesta segunda-feira, foram colhidos depoimentos de testemunhas, entre elas integrantes do Samu que atenderam a ocorrência, uma ex-paciente e familiares da vítima. O pai e a irmã de Marilha relataram negligência da equipe médica, apontando que o socorro só foi acionado horas após o agravamento do quadro clínico.

Segundo a família, a cirurgia havia sido um presente de aniversário, celebrado em 1º de setembro, e custou cerca de R$ 5.000. Marilha chegou à clínica ao lado de uma das irmãs pouco antes do meio-dia do dia 8. Oito horas depois, a morte foi constatada pelo Samu, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

A clínica Amacor, onde Brito alugava uma sala para os procedimentos, foi interditada pela Polícia Civil e pela Vigilância Sanitária após a morte. Na fiscalização, foram encontrados medicamentos vencidos, inclusive em um carrinho de parada cardíaca. Duas funcionárias foram ser presas em flagrante por crime contra as relações de consumo.

Em nota, a clínica afirmou lamentar a morte da paciente, mas declarou que o médico atuava de forma independente e que apenas alugava o espaço cirúrgico. Disse ainda que não forneceu medicamentos ou insumos para o procedimento e que colabora com as autoridades.

Além das investigações sobre a morte de Marilha, Brito responde a pelo menos 14 processos judiciais envolvendo procedimentos estéticos. Em 2008, uma paciente também morreu em circunstâncias semelhantes. Por esse caso, o médico foi condenado, em 2018, a dois anos e quatro meses de prisão por homicídio culposo, mas a pena foi substituída por prestação de serviços comunitários e pagamento de indenização.

Quatro ex-pacientes do médico já foram intimadas a depor nesta nova investigação. A defesa de Brito disse que não comentará esses relatos por “não ter conhecimento dos fatos”.

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