Moçambique lança projeto-piloto para expansão de telefonia móvel

Moçambique lança projeto-piloto para expansão de telefonia móvel

Religião

Moçambique lançou recentemente por meio de uma parceria público-privado, envolvendo a autoridade reguladora das comunicações (INCM) e diversas empresas privadas locais, como BDQ Mobile, Movitel, Vanu e Spacecom. O projeto visa facilitar a expansão da infraestrutura de telefonia móvel a preços acessíveis, garantindo a inclusão digital e o acesso aos serviços de telecomunicações.

Cósimo Graziani – L’Osservatore Romano

A conectividade é uma questão crucial em África, onde metade da população tem menos de 19 anos. É também uma questão de igualdade de direitos e desenvolvimento tecnológico: ter serviços de internet significa garantir que a população possa usufruir dos benefícios, num momento em que países do continente como o Quénia, Egipto e África do Sul, estão a investir na inteligência artificial.

Um dos desafios atuais é ter uma ampla difusão da internet: a África é um dos continentes menos urbanizados — com uma taxa de urbanização de 45%, segundo dados de 2023 divulgados pelo site internet Statista — e isso representa desafios para a conectividade, pois é necessária uma infraestrutura específica para alcançar a população que não vive nas cidades.

Um dos desafios atuais a enfrentar prende-se com a ampla difusão da internet: a África é um dos continentes menos urbanizados — com uma taxa de urbanização de 45%, segundo dados de 2023 divulgados pelo site Statista — e isso representa desafios para a conectividade, visto que é necessária infraestrutura específica para alcançar a população fora das cidades.

Projeto-piloto em Moçambique

É precisamente neste sentido que vai o projeto-piloto que o governo de Moçambique lançou recentemente por meio de uma parceria público-privado, envolvendo a autoridade reguladora das comunicações (INCM) e diversas empresas privadas locais, como BDQ Mobile, Movitel, Vanu e Spacecom. O projeto visa facilitar a expansão da infraestrutura de telefonia móvel a preços acessíveis, garantindo a inclusão digital e o acesso aos serviços de telecomunicações. Para este projeto-piloto, foi instalada uma antena parabólica em Xinavane, na província de Maputo, que estará disponível para aproximadamente 15.000 pessoas que vivem num raio de 50 quilômetros.

O Ministro das Comunicações de Moçambique, Américo Muchanga, afirmou na inauguração que a intenção do Governo é fornecer internet acessível a todas as comunidades, especialmente àquelas que não podem pagar. Muchanga acrescentou ainda que este projeto tem implicações para o acesso à educação, tecnologia, saúde e mercados.

De acordo com os dados mais recentes sobre conectividade em Moçambique, apenas 6,45% da população tem acesso à internet, enquanto que o acesso à telefonia ultrapassa 90%. Portanto, não é surpreendente que o projeto-piloto faça parte de um plano nacional mais amplo denominado “Internet para Todos 2030”, lançado no final de março. O plano também prevê a instalação de antenas de internet em 310 escolas espalhadas pelo país. As metas finais incluem atingir 95% de cobertura nacional de internet e 99% de disponibilidade do serviço, tudo via 5G. O projeto inclui também atividades para treinar as pessoas ao uso de serviços online.

Conetividade – Um desafio ainda hoje em África

A conectividade continua sendo um problema significativo para o continente africano. De acordo com dados da ONU atualizados até 2024, apenas 38% de toda a população usa a internet, cerca de metade da média global de 68%. Os números são ainda mais preocupantes quando se consideram os recentes desenvolvimentos tecnológicos: 85% têm acesso a 3G, 60% a 4G e apenas 11% a 5G, bem abaixo da média global de 51%. Os números se tornam ainda mais preocupantes quando se analisam as desigualdades de gênero e a disparidade entre as populações urbanas e rurais.

Em África, as mulheres são menos conectadas do que os homens — 31% contra 43% — e as meninas têm menos acesso à internet do que os rapazes. Entre a população rural, apenas 23% têm conexão à internet, enquanto a média para aqueles que vivem em cidades é de 57%. Entre os desafios que a África enfrenta está a infraestrutura: ela é terrivelmente deficiente porque os cabos submarinos percorrem o continente sem se integrar aos seus territórios internos. Outro problema é o custo: conectar-se a 1 gigabyte de internet custa à população mais de 5% de sua renda, ultrapassando largamente o limite de 2% estabelecido pela ONU como meta de acessibilidade.

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