Serviço de tribunais acusado de encobrir o bug que causou evidências a desaparecer

Os tribunais de corrida do corpo na Inglaterra e no País de Gales foram acusados de um encobrimento, depois que um relatório vazado descobriu que levou vários anos para reagir a um bug de TI que fez com que as evidências desaparecessem, fossem substituídas ou pareciam perdidas.

Fontes do Serviço de Tribunais e Tribunais da HM (HMCTs) dizem que, como resultado, os juízes dos tribunais civis, familiares e tribunais terão decisões sobre os casos em que as evidências estavam incompletas.

O relatório interno, vazou para a BBC, disse que os HMCTs não sabiam a extensão total da corrupção de dados, incluindo se ou como ele afetou os casos, pois não havia realizado uma investigação abrangente.

Ele também descobriu que juízes e advogados não haviam sido informados, pois a administração do HMCTS decidiu que seria “mais provável que cause mais mal do que bem”.

O HMCTS diz que sua investigação interna não encontrou evidências de que “quaisquer resultados de casos foram afetados como resultado desses problemas técnicos”.

No entanto, o ex -chefe da divisão familiar do Supremo Tribunal, Sir James Munby, disse à BBC que a situação foi “chocante” e “um escândalo”.

O bug foi encontrado no software de gerenciamento de caso usado pelo HMCTS, a Agência do Ministério da Justiça (MOJ) que administra muitos tribunais na Inglaterra e no País de Gales e em tribunais em todo o Reino Unido.

O software – conhecido como gerente de casos judicial, MyHMCTS ou CCD – é usado para gerenciar evidências e rastrear casos perante os tribunais. É usado por juízes, advogados, trabalhadores de casos e membros do público.

Os documentos vistos pela BBC mostram que fez com que os dados fossem obscurecidos da visualização, o que significa registros médicos, detalhes de contato e outras evidências às vezes não eram visíveis como parte dos arquivos de caso usados no tribunal.

Pensa -se que o Tribunal da Seguridade Social e Apoio à Criança (SSCS) – que lida com os benefícios de benefícios – tenha sido mais afetado.

Fontes disseram à BBC que os bugs também impactaram o software de gerenciamento de casos usado por outros tribunais – incluindo aqueles que lidam com família, divórcio, emprego, reivindicações de dinheiro civil e inventário.

“Essas audiências geralmente decidem o destino da vida das pessoas”, disse Sir James Munby à BBC. “Um erro pode significar a diferença entre uma criança que está sendo removida de um ambiente inseguro ou de uma pessoa vulnerável que perde os benefícios”.

A BBC falou com várias fontes separadas dentro de HMCTs que comparam a situação ao escândalo dos correios da Horizon, onde os executivos tentaram suprimir evidências das falhas do sistema.

Um deles diz que havia “horror geral” no design do software, introduzido pelo HMCTS em 2018, que eles afirmam que “não foi projetado de maneira adequada ou robusta” e teve um longo histórico de perda de dados.

Outro diz que houve uma relutância geral da gerência sênior em “reconhecer ou enfrentar a realidade” da situação, apesar de repetidos avisos da equipe de TI da agência.

“Há uma cultura de encobrimentos”, disse um à BBC. “Eles não estão preocupados com o risco para o público, estão preocupados com as pessoas descobrindo o risco para o público. É aterrorizante testemunhar”.

Quando perguntado, o MOJ nos disse que várias organizações estavam envolvidas no design e desenvolvimento do software, mas não forneceu uma lista.

A BBC viu documentos do MOJ (obtido por meio de solicitações de liberdade de informação), incluindo e -mails em que a gravidade da questão do SSCS foi discutida.

Um briefing preparado para o executivo -chefe da HMCTS – datado de março de 2024 – revela que o risco de procedimentos foi inicialmente categorizado como “alto”, com a possibilidade de os resultados do tribunal serem adversamente afetados como “muito prováveis”, resultando em “impacto severo de reputação aos HMCTs”.

No entanto, uma investigação manual inicial de uma equipe do HMCTS revisou apenas um subconjunto dos casos de três meses mais recentes de casos ouvidos pelo Tribunal do SSCS, mesmo que o bug estivesse no sistema há vários anos.

Dos 609 casos identificados como tendo problemas em potencial, apenas 109 (17%) foram selecionados para investigação mais aprofundada. Entre eles, apenas um teve “impacto potencialmente significativo”.

O briefing sugeriu que o procedimento judicial padrão significaria que os funcionários identificariam qualquer anomalia e os corrigiriam manualmente.

Posteriormente, foi decidido que o risco de todos os casos era baixo e “não foram necessárias verificações adicionais”.

Fontes do HMCTS argumentam que um instantâneo de três meses em dados era “totalmente insuficiente”, dada a natureza do problema.

Suas preocupações são compartilhadas por um especialista em segurança de TI, o professor Alan Woodward, da Universidade de Surrey, que trabalhou para o governo do Reino Unido e consulta sobre questões, incluindo computação forense.

“[HMCTS] conduziu sua investigação sobre um conjunto limitado de casos “, diz ele.” Dizer que eles não encontraram impacto dessas falhas não faz sentido para mim “.

Os documentos mostram que um funcionário da HMCTS estava tão preocupado que eles levantaram uma queixa formal de denunciante, o que levou a uma investigação interna adicional.

Isso foi liderado por um profissional sênior de TI do serviço prisional e resultou em um relatório detalhado, distribuído internamente em novembro de 2024.

Este é o relatório que vazou para a BBC.

Ele foi configurado para “estabelecer os fatos” sobre a perda de dados e os problemas de corrupção de dados que afetam o tribunal do Seguro Social e do Apoio à criança.

Os investigadores entrevistaram 15 testemunhas, incluindo engenheiros e desenvolvedores de software, e revisaram documentos internos, como registros de incidentes e entradas do diário.

Ele encontrou violações de dados “em larga escala” que deveriam ter sido abordadas “assim que eram conhecidas”. No entanto, o relatório disse que os HMCTs levaram vários anos para reagir, apesar de vários avisos da equipe técnica sênior, a partir de 2019.

Os investigadores concluíram que, como os HMCTs não haviam realizado uma investigação abrangente, a extensão total da corrupção de dados ainda era desconhecida, incluindo se os resultados dos casos tivessem sido afetados.

O relatório acrescentou que os incidentes de perda de dados continuam a ser levantados contra o sistema de TI usado pelos tribunais civis, familiares e tribunais.

As preocupações levantadas no relatório vazado ecoam as levantadas por aqueles que falavam à BBC.

Fontes dentro do HMCTS expressam preocupações de que a falta de evidências podem ter sido detectadas.

“Essa é uma possibilidade bastante assustadora”, disse-se a BBC, “que as informações se perdem, ninguém avisam, e há um erro de justiça. Acho que essa deve ser a maior preocupação”.

Nos tribunais da família, uma falha de TI diferente fez com que milhares de documentos desaparecessem, dizem fontes.

Em um exemplo, afirma -se que uma falha fez com que mais de 4.000 documentos desaparecessem de centenas de casos de direito público – incluindo casos de proteção à criança.

A BBC entende que esse bug foi descoberto em 2023 e pode estar presente por alguns anos. Fomos informados de que isso foi resolvido, mas que nenhuma investigação foi realizada para estabelecer um impacto potencial nos resultados dos casos.

Perguntamos ao MOJ se algum caso de proteção infantil de emergência foi afetado.

Não respondeu a essa pergunta.

Em um comunicado, um porta -voz do HMCTS disse à BBC que “partes e juízes envolvidos nesses casos sempre tiveram acesso aos documentos de que precisavam”. Ele prometeu “seguir em frente” com a digitalização, porque era “vital” trazer tribunais e tribunais para a era moderna.

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