O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (17) que o movimento Antifa, de extrema esquerda, será classificado como organização terrorista. A decisão ocorre após o assassinato do ativista ultraconservador Charlie Kirk, morto em 10 de setembro no campus universitário de Utah.
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Pela rede Truth Social, Trump escreveu em letras maiúsculas: “Tenho o prazer de informar aos nossos muitos patriotas americanos que estou designando a ANTIFA, UM DESASTRE DOENTIO E PERIGOSO DA ESQUERDA RADICAL, COMO UMA ORGANIZAÇÃO TERRORISTA”. Ele também defendeu investigações rigorosas contra aqueles que financiam o movimento.
O republicano afirmou que a medida busca proteger os cidadãos e prometeu que ações violentas atribuídas à Antifa terão resposta “com todo o rigor da lei”. Não ficou claro, no entanto, qual mecanismo será utilizado para oficializar a designação. Especialistas destacam que a legislação norte-americana não prevê enquadramento específico para terrorismo doméstico e que a descentralização do Antifa dificulta a aplicação da medida.
Criada como uma rede informal de militantes anarquistas, anticapitalistas e comunistas, a Antifa já havia sido acusada por Trump, em seu primeiro mandato, de incitar protestos violentos, incluindo os que se seguiram à morte de George Floyd, em 2020.
Na véspera, o presidente norte-americano havia sinalizado que poderia declarar a Antifa como “organização terrorista doméstica”, desde que tivesse apoio de autoridades do governo. Ele citou nomes de aliados próximos, como a procuradora-geral Pam Bondi, para sustentar a iniciativa.
Trump, o vice-presidente JD Vance e outros integrantes do governo responsabilizaram o “extremismo de esquerda” por estimular o crime contra Charlie Kirk. O suspeito preso, Tyler Robinson, de 22 anos, teria se radicalizado recentemente e manifestado ódio às ideias conservadoras do ativista, segundo a polícia.
Após a morte de Kirk, funcionários de empresas e universidades que publicaram comentários considerados ofensivos sobre o caso foram demitidos ou alvo de processos disciplinares.